Meus Escritos

PEQUENA VISÃO DA GEADA DE 1.975

                                      Hoje é 18 de julho de 2.017. Há 42 anos, o Norte do Paraná sofreu uma das piores geadas da sua história, a de 1.975. Alguns amigos sugeriram que eu escrevesse um livro sobre o assunto, porém, sem conhecimento bastante e sob pressão de prazos judiciais (um dia eu me livro disso.., um dia...), conto só o pouquinho que sei.

                                      Tempos atrás, estava eu numa prosa boa com meu pai, e ele me disse: - Guarde bem isso! Foram 5 geadas grandes no Paraná: 1.937, 1.953, 1.957, 1.963 e 1.975.

                                      Salvo engano meu, foi isto que ele me disse.

                                      Ele continuou a prosa. Na verdade, em proseio nosso, só ele proseia:

- A de 1.953, lembro bem. Eu estava indo para Curitiba de trem, começou a esfriar, e entrava um vento gelado pelas frinchas, o povo se juntando como gado para esquentar, e eu só com um paletó! PQP! Que frio que passei! E lá em Curitiba, até chegar num abrigo...! Que frio..!!

- A geada não mata só os cafezais. Ela queima os pastos, plantações diversas, hortas, pomares, enfim, acaba com o de comer. Lembro bem! A gente tinha que levantar antes do sol nascer e regar a horta, para derreter o gelo, para que, quando o sol nascesse não perdêssemos tudo!

- Os piores efeitos vêm depois: fica tudo mais caro, ainda mais difícil. As safras dos anos seguintes são prejudicadas. É gente jogando seus bens fora para sustentar a família, e os aproveitadores enriquecendo. É gente saindo da roça por falta de serviço e vindo para a cidade, complicando tudo! Piora para TODOS!

- João agricultor não consegue pagar José do posto, que não consegue pagar os empregados, que não conseguem pagar o mercado, que não consegue pagar os fornecedores, e assim vai.  É uma corrente maléfica, e agravada pelos que tiram proveito disso.

                                      *

                                      Naquela época, quando o inverno se aproximava, começava a inquietação do povo. À cada frio maior, o pessoal corria em busca de notícias, lá na “Pedra”:

- Tostou só as pontas...!
- Nas baixadas o estrago foi um pouco maior!
- A quebra foi só de 20%!

                                               *      

                                               Nós vivíamos em função das geadas:

- Feliz Ano Novo!
- Não geando...!

                                               Chegava o mês de maio, as pessoas já começavam a se preocupar com geadas: o inverno vai adiantar, vai atrasar; se chover e esfriar, mas não ventar; se ventar, mas não limpar o céu..; o que salvou foi ter chovido ou não chovido..

                                               Era um tal de conferir termômetros com o do IAPAR; canos que estouravam por congelamento d’água; cobrir plantações; fazer cortinas de fumaça.

                                               Operações bancárias, julgamentos, até suicídios, tudo girava em torno das geadas, motivo de força maior.

                                               Lembro de ter lido numa sentença judicial: “.... não reconheço o caso fortuito ou força maior invocador pelo devedor, visto que é notório a ocorrência de geadas no norte do Estado do Paraná. Prossiga-se a execução”. 

                                               A polêmica sobre o plantio de café era forte, até em nível conjugal:  

- Você está “careca de saber” que tem geada no norte do Paraná, e insiste com essa coisa? Todo ano é essa angústia na família? Está sabendo! Se gear e você perder tudo DE NOVO, eu largo você!

                                               *

                                               Penso que em 1.975, o apogeu dos barões do café já havia passado. Morei num apartamento no 8º andar do Edifício Salin Sahão, à partir de junho de 2.001. Aquele andar foi o salão de festas do Hotel (que teve vários nomes), e onde ocorreram as festas em que charutos foram acendidos com notas de dinheiro.

                                               Sem dúvida, a modificação para apartamentos do salão de festas, há muitas décadas antes de 2.001, é um forte indício das mudanças.

                                               Aquele apartamento tinha um alegre eco das festas lá feitas, e guardou uma “energia” muito especial.  

                                               *

                                               Mas, a cultura cafeeira ainda era muito forte, o pessoal falava da Cacique (povo grande, que não apostava em lugar ruim..), a cidade ainda era movimentada à café, com os milhares de rurais que vinham às compras, dinheiro grande circulando em grandes transações.

                                               Naquela época já se falava em projetos maiores para a cidade, que não poderia viver para sempre dos assalariados rurais.
                                              
                                               Conversando com amigos que são ótimos arquivos, e que VIVERAM AQUELA ÉPOCA, rebatemos a versão inglesa que alguns pretendem dar à Londrina, que teria sido colonizada por ingleses.

                                               Londrina se desenvolveu à partir da estação da estrada de ferro. Foi loteada inicialmente por ingleses, a Companhia de Terras do Norte do Paraná, mas foi colonizada e habitada principalmente por: paulistas, mineiros, nordestinos e um pouco de japoneses.

                                               *
                                            
                                               Voltando ao assunto chave, em 1.975 falavam que há muito tempo que não vinha uma grande geada, e que ela não poderia tardar muito mais. O medo e apreensão eram constantes.

                                               Muitos já tinham optado por outros cultivos, menos afetados por geadas. Muitos, já tinham engrossado os cordões dos que migravam para o centro-oeste.                         
                                     
                                               Mas, Londrina era LONDRINA, a Capital Mundial do Café, e como ensinado nas escolas: A capital econômica do Paraná, sendo os “leite quente” (Curitiba) a capital política.

                                               Ficávamos bravos com a “evasão de divisas” do Norte do Paraná para Curitiba. Era só olhar os nomes dos edifícios do centro da capital dos “coxa branca”, que saberiam de onde veio o dinheiro.  

                                               Olhávamos com desdém para Maringá. Dizíamos que os grandes edifícios lá construídos tinham por finalidade avistar Londrina.

                                               *

                                               Carroções cheios do “ouro verde” puxados por 4 bons burros? Café sendo esparramado no terreirão para secar? Tulha e ensacamento? Lembro muito!  

                                               Então, em 1.972 a Grande Geada mandou um aviso claro: geou na data de 02 de setembro. Lembro bem: meu pai tinha uma fazenda de café no Município de Marumbi, que tomou “uma razoável sapecada”.

                                               Nos anos seguintes, a mesma lereia de sempre: - “ foi nada não, está tudo bem; o clima está diferente mesmo..; estamos acostumados.., não é por qualquer sustinho que vamos correr... ”

                                               E no dia 17 de julho, 5ª. feira, no meio da tarde, começou a gelar e a ventar...

                                               E o povo só que se espremeu em casaquinho, paletozinho, andou miudinho, fechou janela e se apertou em boteco. O vento zunia e muita ponta de orelha já tomou uma “sapecada por conta”.

                                               De tarde, já tinha carro com papelão na frente do radiador, para não congelar e estourar, o que só víamos de madrugada, num ou noutro dia mais frio.

                                               Tudo parado, fechado! Alunos do noturno (eu era um deles, mas isto é uma outra longa história...), tremiam mais que Toyota Bandeirante velho, e subiam as ruas a pé, em 1ª. reduzida.

                                               Resumindo o pensamento e pronunciamento do geral: - AI, IAI, IAI, IAI IA,  IAIIIIII..!!!!!!!
                                     
                                               *

                                               Na manhã seguinte, olhos de desespero e desalento no nosso povo. A frase que mais ouvi, foi: - Torrou de cima a baixo! Queimou até a raiz! Não sobrou NADA!

                                               Muita gente foi dormir (duvido que tenha dormido) milionária e acordou sem ter o que pôr na mesa. 

                                               A dúvida era: - O que será de nós?

                                               Os dias passavam e as notícias chegavam, cada vez piores. O desespero inicial foi substituído por uma espécie de estupor generalizado. Não havia o que dizer, era: “salve-se quem puder e como puder”.  

                                               Como “sapo regularmente admitido” (nada de nomes, fica muito pessoal), fui até uma fazenda situada entre Jaguapitã e Astorga, um dos locais da minha infância, e onde fora plantado café.

                                              Os galhos negros, retorcidos e esturricados, estendidos para o céu, como a pedir por misericórdia divina, aquela que nunca vem, mas a esperança por um milagre faz insistir no pedido.

                                            Foi assim que ficou o coração do nosso povo, ao receber o que pensaram ser o “coup de grace”, o golpe de misericórdia, aquele que traz a morte e põe fim ao sofrimento.

                                               *

                                          O tempo passou, muitos não se recuperaram, os que conseguiram se dedicaram a atividades outras.

                                             Londrina deixou de ser um centro produtor e se tornou um centro prestador de serviços e de comércio varejista.

                                             Antes, se falava que Londrina não tinha as 4 grandes pragas: Universidades, quartéis, estabelecimentos prisionais e favelas.

                                         Por que pragas? Porque o dinheiro que traziam para a cidade era pequeno, pelos padrões DAQUELA ÉPOCA.

                                               Hoje? A cidade vive delas. O comércio só fica movimentado nos dias que sucedem o pagamento.

                                               *

                                               MAS, Londrina ainda não conhecia bem de perto a maior desgraça de todas: O POLÍTICO SAFADO!

                                               E o golpe de misericórdia, o coup de grace, foi aplicado generosamente ao longo das décadas seguintes, com Londrina se tornando uma espécie de valhacouto de bandidos de renome nacional.       

                                               Depois daquela época, prefeito que não foi cassado e processado, 1 ou 2 menos ruinzinhos, não teve força ou visão, ou ambas.

                                     E Londrina, hoje, conforme estudos especializados, deixou de crescer. Basta comparar com as cidades que compõem a pomposa região metropolitana.

                                               Esta é a história, no meu pequeno ver. 


* * *


PAZ DE ESPÍRITO? A certeza de haver escolhido os valores certos para si.

FELICIDADE? A certeza de estar fazendo o melhor que pode, de acordo com os valores próprios.


                                   * * *


PRENHEZ, GESTAÇÃO, EVACUAÇÃO E ABANDONO DA NORMA LEGAL

AÍ, alguém está querendo aparecer e por conta disso “afundar a colher nos cofres públicos”.  Para tanto,  chama o assessor: - ASPONE 295! JÁ NO MEU GABINETE! – e lá vai o Aspone 295 (se não estiver de férias, licença remunerada ou algo que o valha).

- Me chamou-me? Aqui estou à serviço e pelo bem dos nossos nobres bolsos, digo, causa!
- Inventa aí, um “troço bem besta” pra polemizar, chamar a atenção. Nada que interfira com os feudos amigos e de inimigos! Coisinha besta mesmo! Mereça a metade do teu salário que eu deixo contigo!

Lá vai o Aspone 295 pesquisar algo idiota, ou seja: prosear com amigos, ver em revistas, lembrar das viagens feitas com a grana do povo. Encontra algo, e volta ao gabinete do Chefe: 

- Excelência! Excelência! Encontrei o que o Sr. quer: é usado com sucesso lá nos “esteites”. Se é bom para eles, é bom para nós!    

- Deixe desses pieguismos de “bom para o povo”, se serve ou não.  Dá mídia? É só o que importa!

- Dá sim! E ainda desvia a atenção dos reais problemas, que naturalmente, não temos o menor interesse em resolver!

- ASPONE 295! Cuidado com o que fala! Com escutas e delações premiadas, ninguém pode pensar alto!

E a “ideia de jerico” é colocada sob a forma de projeto de norma legal, comissões são formadas, debates mil, gastos mil, aquela fanfarronada toda.

Em sessão solene, entregam ao povo: MAIS UMA CONQUISTA DAS ENTIDADES LEGALMENTE CONSTITUÍDAS NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO EM PROL DA SOCIEDADE! OS AUTORES SE TORNARAM IMORTAIS!

Já se organizam eleições e reeleições! Os do Executivo requisitam bilhões do orçamento para colocar em prática a “jericagem”. Os do Judiciário (do mais ínfimo atendente de Cartório ao Presidente do STF), circunspectos, solenes e fazendo “ar de cachorro sabido”, vaticinam: MANDADO DE INJUNÇÃO ATÉ QUE REGULAMENTEM ESSA JOÇA!

A porcaria é colocada em prática; não funciona porque outras são as raízes dos problemas; os efeitos colaterais são infinitamente piores que a forma original, e começam as previsíveis celeumas judiciais.

No fim, para que não fique muito ostensivo o fracasso, os limites da “jericagem” vão sendo atenuados, e discretamente é baixada uma Súmula tornando sem efeitos a JOÇA!

Porém, permanecerão no lombo da população todos os cargos e encargos criados legalmente para atender a LEI!


O Aspone 295? Virou “figurão”! Deve estar comandando alguma das casas dos 3 Poderes! É um ótimo especialista de escritório em qualquer assunto.   


                                                                    *  *  *

RESPEITO? 

É sentimento bom, raciocínio inteligente, atitude adequada. É conduta auto disciplinadora, que torna possível a harmonia, bom proveito, e convívio duradouro e agradável com tudo o que há.

O Sr. Respeito vem de uma família antiga e tradicional: Seus avós são o Sr. Desconhecido e a Sra. Incerteza.  Seus pais: o Sr. Prudente e a Sra. Humildade. O Sr. Respeito é casado com a Sra. Compreensão e tem muitos filhos: Consideração, Educação, Parcimônia, Honestidade, Cautela, Coerência, Responsabilidade, Independência, Preparo, Esforço, Escrúpulos, Coletividade, etc. São muitos, formam uma linda prole.

Da união da sua filha Coletividade com o Labor, espera-se a neta mais polêmica, que será chamada de JUSTIÇA.  

O Sr. Respeito, por ótimo professor, ocupava a cátedra vitalícia da Dignidade (Coletiva e Individual), em que está contida a matéria Reciprocidade.  O Professor Respeito, por incansável, jamais deveria ausentar-se, mas, por ausência de discípulos nas Instituições das Relações da Sociedade Humana, aposentou-se, e assim, tudo se apequenou, aviltou e degenerou.

Até tentaram, em substituição, criar um curso técnico com matérias de conteúdos modernos e pomposos: “n Fobias”, Limites de Expressão, Escolhas Individuais, Imoralidades Legais, Novos Conceitos Sociais, Oportunidades, Etcétera e Tal.  As matérias principais são: Hipocrisia, Espertezas, e Agressividade. Enfim, uma boa mixórdia. Contudo, por desvirtuar valores de base o curso não convenceu e muito menos trouxe confiabilidade e felicidade.


Todavia, o velho Mestre nunca nega seus ensinamentos à quem o procura, atendendo em seu domicílio, no Bairro da Seriedade, situado no lado oposto da cidade em que se localiza o Bairro da Mentira.  Educado e reverente, sempre se despede com uma palavra amiga: Não confunda modernidade com melhoria, tenha respeito por si e pelo mundo de que faz parte, exija reciprocidade, e perceba como tudo melhora para todos.  


***

Ajude a empurrar o que não consegue segurar!  

Em outras palavras: Deixe que os parasitas e publicanos se enforquem na própria corda!   



Todos os dias:



Por esforço próprio, milhares saem da linha do desconhecimento e da pobreza, e milhões levam o sustento para suas casas. A tônica é o esforço pessoal, a iniciar pela busca da capacitação. Esta é a regra geral, o resto é exceção.



Em sentido oposto, estão os praticantes do parasitismo, em que a tônica é a obtenção do resultado, com a utilização da “lei do nenhum esforço”. Por valores pessoais, culturais e interesse de vários, é a categoria mais numerosa.



De nada adiantaria (ou adiantará) tomar os “ovos de ouro” (bens) de quem os produziu, para dar àqueles que não se capacitaram para tê-los. Serão perdidos e as “galinhas” (capacitados produtores de riqueza) não mais produzirão e todos sucumbirão.  Estes fatos foram e são comprovados pela prática todos os dias.  



Logo, para sustento do “parasitismo”, criou-se o sistema de “coleta de ovos”, chamado de hiper tributação, e os mecanismos de distribuição na forma dos “bolsas, desapropriações”, etc..



A lógica mostra e a aritmética confirma, que: “quanto mais impostos pagamos, mais vagabundos sustentamos”. O colapso se dará (ou já se dá) a curto prazo, pois a “produção de ovos” (riqueza) é limitada, por maiores que sejam os esforços, ao passo que o número e exigências dos favorecidos: “coletores e parasitas”, aumenta em progressão geométrica.



Em que ponto a corrente viciada deverá ser rompida? Nos “coletores e administradores da distribuição dos ovos de ouro”, que, para permanecerem nos postos e cargos, alimentam e fomentam a multidão de parasitas.



A cada direito ou capacidade corresponde uma obrigação. A de quem pensa é mostrar as consequências do sistema daninho à quem não o faz. Porém, isto é utopia, na medida em que: se o esforço e mérito fossem os valores maiores, não haveria círculo vicioso algum e os tais “coletores de ovos”, caso existissem, pregariam no deserto.



Portanto, restaria buscar na diminuição dos “ovos de ouro” (riqueza) confiscados, visando matar de fome os parasitas e coletores. Em última análise, a diminuição da própria produção de “ovos” implicaria na falência do sistema, mesmo porque, em sendo a real riqueza a capacidade de ser e administrar “galinhas”, os que a detém sobreviverão, e os parasitas e coletores não.

É tão simples e vi acontecer: o antigo dono comprou do “favorecido” por preço ínfimo, a área que lhe fora desapropriada. E ainda obteve uma boa quantia em indenização.

Ajude a empurrar o que não consegue segurar!   

Em outras palavras: Deixe que os parasitas e publicanos se enforquem na própria corda!   
 


***

E quando a tristeza voltar...

Olhe para ela como a velha conhecida que sentou ao seu lado naquela viagem. Seja educado e diga: - Olá! 

Note como ela está com as feições mais cansadas e suaves, como a voz está mais baixa. Perceba que ela veste a mesma roupa tão surrada. Observe que ela caminha com dificuldade, mas ainda o alcança.

Ela vai retomar o velho assunto que debateram durante a viagem, e não importa que você lhe diga que agora segue novos rumos, outros caminhos,  e que escolheu outras companhias, porque ela vai te mostrar que, em algum ponto do trajeto vocês voltarão a se encontrar. 

Ela também não saberá responder a eterna e sentida pergunta: - Por que teve que ser assim? 

Mesmo que um dia a resposta venha a ser encontrada, a velha companheira de viagem jamais será esquecida. 

Se despeça gentil e suavemente, com bondade, para que ela seja igualmente delicada, e diga que ela sempre será lembrada com um sorriso.
 
Então você perceberá que ela não é sua inimiga, e que sua lembrança, ainda que presença cada vez mais distante, lhe dão o contraste para seguir em frente e viver intensamente as novas viagens.

E por isto, sorria! 

    
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Pessoas legíveis!

O dicionário ensina o significado de legível:

No Dicionário Online de Português. O que é legível: adj. Fácil de ler: letra legível. Que pode ser lido sem fadiga ou tédio....

Tenho a certeza de que isto se aplica também à comportamentos. Nunca vi alguém em sã consciência, precisar de esforço para decifrar o significado de uma arma engatilhada, de um rosnado com dentes a mostra, ou o pior: a expressão fisionômica da(o) companheira(o), que antecede uma sessão de "DR" (discutir a relação). 


Se assim é no pior, por que não o pode ser no melhor? Que sentido existe em espichar, confundir e tumultuar, fazendo com que tantos bons sentimentos e intenções se percam no labirinto da comunicação ou falta dela? 


Já se sabe que a simplicidade é a expressão máxima da sofisticação. Então, pode-se aposentar elegantemente o ultrapassado conceito: Por que ser simples, se posso complicar? 


Ser legível por simples que é, não é ser simplista e muito menos simplório! É ser claro, direto e objetivo, não deixando margem para interpretações extensivas e dúvidas, economizando o tempo e a paciência de todos.


Certamente, vão me dizer que nem todos possuem a facilidade de expressão, por questões mil. Por que, então, não se pode começar do mais fácil para o mais difícil e ir aprimorando? 


É bem mais fácil dizer ao anfitrião que está com fome, do que perguntar: 

- Não faz mal à saúde, ir dormir de barriga vazia?


Se alguém está interessado por alguém, e sem jamais perder a classe, por que não chegar e falar abertamente? 

- Te acho um pitéuzinho e quero iniciar um relacionamento, um "affair" contigo!   


Oras, "eu te gosto" é "eu te gosto" em qualquer idioma! Tem que ficar naquela ansiedade toda, por um tempão, medindo e interpretando palavras e atitudes?


Da mesma forma, um bem aplicado "pé na bunda" é um "pé na bunda" bem aplicado. Tem que ficar com aquele cerimonial todo, de "esfriadas e subentendidos"? E depois vir com aquele jeitoso discurso? 

- Sabe, tenho muito afeto, carinho, consideração e respeito por você! O problema não é com você, é comigo! 


Com a idade, esta clareza e objetividade vão se tornando mais significativas. 


Assim, se alguém (seja lá qual for o motivo), "pisou no tomate, viajou na maionese, fez caquinha", não agrave a situação insultando a inteligência alheia. Seja claro(a): 

Pirei da batatinha! Foi mal, foi mal! 


*


Atitudes e palavras não podem serem dissonantes e nem contraditórias! Coerência - seja lá o que cada um entenda por isso -  é fundamental!


Os de comportamento "contrato expresso", preferem as palavras (por escrito, de preferência), com as cláusulas todas que regerão o relacionamento. Os do tipo "contrato tácito" olharão as atitudes. E ainda tem o terceiro tipo, que confrontará palavras e atitudes, tendo material de debate por um ano por conta de uma palavra mal colocada. 


Porém, existe a contrapartida, na medida em que a vida e atividades em sociedade perderiam 80% do encanto e diversão com a adoção da legibilidade proposta. Assim fosse, cadê o prazer de vencer um pilantra no jogo dele? E mais: como ficar sem a adrenalina dos subentendidos, disfarces e subterrâneos?   


Entretanto, mantenho o entendimento de que, em relacionamentos em que almas se envolvem, ser legível é primordial, e fica tudo tão leve e bom! 


Não há equívoco que possa ser cometido, ao se saber lembrado na forma de um pedaço de bolo de abacaxi, pessoalmente entregue, acompanhado de abraços, beijos e mensagens carinhosas! 


***

 Intrigado! Navegamos no escuro..

Se não conhecemos quase nada a nosso respeito, como podemos nos arvorar em dizer que conhecemos alguém? Péssimo começo de qualquer coisa, porque somente os tolos e fanáticos afirmam, os sábios duvidam e quanto mais aprendem, mais questionam. 

Podemos quando muito traçar linhas gerais sobre algo ou alguém, detectar características que denunciam a maior parte da composição do todo, porque nada existe que seja totalmente bom ou ruim, e isto a depender de quem analisa e considera. Continua muito ruim..!

Para conviver na dita sociedade, a questão então é encontrar algo ou alguém para determinado tipo de fim. Por exemplo: há pessoas com quem se mantém laço de amizade (a depender do que cada um entende por isto), para prosear, mas com quem não se associa para empreendimentos. E assim vai..! Convívios parciais. Descoberta da pólvora.., tá ruim.

Conheci uma pessoa muito legal ontem a noite, e vou tentar me aproximar para aprender com ela. Ela disse: - As pessoas se buscam, perdidas na multidão, nenhuma delas sabendo o que as outras realmente procuram. Deveria haver separação e locais de encontro específicos para o que pretendem. Achei interessante a colocação em nível subjetivo, porque em nível objetivo e aparente há isto, muito bagunçado, mas há. Nada conclusivo, mas já não está tão ruim!

Porém, em nível subjetivo, voltamos ao dilema inicial: E quem é que sabe o que realmente quer? Consegue-se quando muito, se saber o que não se quer!

Vamos adicionar mais 3 ingredientes: o que somos, o que gostaríamos de ser, e o que nos ensinaram a ser. E vamos adicionar mais um condimento forte: E desde quando há correspondência do que pensamos querer com o que mais adequa para uma boa existência? 

Tem até um antigo ensinamento: - Cuidado com o que você pede, pois pode conseguir! 

Complicou de vez..!!

Para bem "embananar", coloquemos a Lei Universal da Mudança, pois nada permanece estático, especialmente a natureza (incluídos os animais, dentre eles a espécie humana), ou seja, com o tempo, experiências e circunstâncias, o entendimento e comportamento mudam, e tornam obrigatória a reciclagem e adaptação do já aprendido às novas condições. 

Isto! E completemos a salsada com as características individuais, em que cada um tem suas convicções pessoais, tempo, forma de aprendizagem e vontade, inclusa a de não mudar. 

Agora que virou imbróglio dos bons, tentemos fazer dois seres humanos se entenderem na miscelânica atualidade.

Mais "encucado" que "véio juntado com mulher nova", busco socorro no que concluí, na 5a. feira, junto com a mais nova integrante do meu grupo de amigas psicólogas: 
 
"Podemos prevenir somente em linhas gerais. Podemos ter, quando muito, a certeza de que fizemos o melhor que podíamos, dentro da nossa capacidade,  circunstâncias, época e valores em que os fatos se deram".

Quanto ao mais, sequelas e consequências? Navegamos no escuro!  

Se isto é tudo o que posso conseguir, no momento, dou-me por preparado para procurar um grude decente nas vizinhanças, e quem sabe, um devorteio motoquístico no período vespertino, a depender da prandial. 

Como bem ensinou Einstein: - Tudo é relativo!

      
***

O velho dilema - na contramão do mundo! 

Abordei também este tópico em "Descoberta Vida Após o Divórcio", mas, diante da peculiar situação que se me apresentou, é oportuno voltar à ele. Gosto de debater tal dilema, velho como a humanidade, com os quatro sábios, meus assessores existenciais mundanos. Assim, posso voltar ao tema sabendo que meu humílimo entendimento tem o respaldo de pessoas abalizadas, cujas experiências respeito e elegi como paradigmas gerais, aliadas as minhas.

Antes de tudo, ratifico meu posicionamento de falar abertamente o que a maioria apenas pensa, e que quando se manifesta a respeito, o faz com pruridos mil - certamente defendendo interesse próprio, quando nada, com o indefectível: 

- NÃO GENERALIZE!

Voltaire! O grande pensador que tanto admiro, cuja característica principal foi a ironia. Sendo bem humorada, nada tenho contra. Mas vamos lá, ao que interessa aqui e agora. 


*

Se você não pertence a família abastada, com ancestrais ricosos, e/ou não atingiu (independente o fator) o patamar de ganho de U$500.00 a hora, muito bem escalonadas e diluídas nos afazeres dos desfrutes do bem viver, terá que - assim como 99% da população mundial - conciliar os quatro fatores básicos: família, labor, dinheiro, e, a distribuição do tempo dentre eles. 

Aí começa o antigo imbróglio, considerando a relatividade de valores pessoais.

 1 - Em dedicando a maior parte do tempo e esforços para a obtenção de dinheiro e sucesso (seja lá o que cada um entende por isto), haverá a acusação de familiar ausente

2 -   Em dedicando o melhor do tempo e esforços para a família, haverá a acusação de: comodismo, pouco esforço, vagabundagem, desamor por não proporcionar "algo de melhor para todos"; 

Note-se que nesta altura do campeonato vivencial, seja lá qual forem os valores e conduta, em algum momento você estará na contramão do meio.

Nisto, os experts em "bedelhagem e parpitice", geralmente lastrados em "achismos" e "pimenta no fiofó alheio é refresco", anunciarão aos berros: 

- EUREKA! 

E manifestarão a sabedoria com "ar de contido cachorro sabido": 

- Oras! Basta conciliar as coisas, sendo bom provedor e familiar presente ao mesmo tempo! Hora de trabalhar é trabalhar, hora da família é hora da família! Se não consegue conciliar nem isto, como pode se arvorar em ter mulher e família?

E eu penso nos milhões entulhados em trens e busões, por 7 ou mais horas, completando o indispensável de sono, em pé.

Mas penso também no Bill Gates dizendo que a diferença no sucesso e dinheiro se faz na renúncia aos programas familiares e sociais em prol do trabalho.

*          

Seja como for, tudo pelo acerto, visando sempre o atendimento dos mais nobres e justos anseios de cada ser, cumprindo salientar que os que exigem geralmente não são os que cumprem, e que embora a legalidade aponte igualdade absoluta, a situação de fato é bem diferente, se vai para a conciliação dos quatro fatores: família, labor, dinheiro, e, a distribuição do tempo dentre eles.

Em tentando conciliar, e não ousando interromper as novelas, nem tampouco afazeres internéticos, e "a divindade que te salve se interromper prosa alheia", acaba por perceber que sua pessoa é um estorvo doméstico, especialmente por despilchado na medida da não realização dos anelos alheios.  

E assim vai, na tentativa e erro da dosagem, até que um dia, haverá julgamento e condenação sumários, com o incêndio no circo e desfazimento de tudo. 

Motivos e libelo acusatório? 

- Ausente nas épocas primordiais e sufocante nas demais! 

Quanto a ausência do vil metal, da pecúnia, dos caraminguás, da bufunfa, do cascáio, justas ou injustas as reivindicações e frustrações, lembro-me de palavra por palavra do ensinamento sagrado de um dos quatro sábios: 

- Faça o que quiser, apronte o que bem entender, mas: JAMAIS! JAMAIS! JAAA MMMAIS! Cometa o crime hediondo, imperdoável, imprescritível, ao qual não é concedido perdão, anistia, graça ou indulto, de ficar sem dinheiro! 

E então você decide mudar sua vida e se proporcionar um pouco de amenidades, mesmo porque, não precisa de tanto para viver bem, e nem acúmulo de dinheiro e poder é o seu objetivo. E pensa que, seus valores pessoais maiores não são os idolatrados na atualidade: eficiência, produtividade e sucesso!


Assim pensando, concluindo e vivendo, você se flagra novamente na contramão do mundo, porque sua pessoa  na maioria dos lugares e convívios é medida por ano, modelo e preço. 

É bem provável que muitos julguem a tua simplicidade e modéstia por incapacidade, ou pior, te vejam como um velho cavalo cansado do qual podem extrair algum proveito, certos de que você será eternamente grato por eventual Cavalo de Tróia que queiram lhe empurrar.

*           

Se a sua memória for boa, você lembrará dos primeiros tempos, lá atrás, quando você se corria como desatinado (e era mesmo..) pelas ruas, cabelos, paletó e gravata (da melhor marca) esvoaçando, à cada cinco passadas um pulo e um berro: - EU HEI DE CONSEGUIR MEU INFARTO!  

Hoje, ao reencetar sua busca pelos nobres anseios da maioria dos viventes, você iniciará diálogos vivenciais, nos quais infalivelmente ouvirá: 

- Sabe querido! Tudo é uma questão de conciliar: família, labor, dinheiro, e, tempo! Mas precisamos sempre pensar em progredir, porque família precisa e merece algo melhor, e cada um deve assumir suas atribuições! 

E nesta hora, com o olhar perdido do infinito, ar de sonhador e distraído, a resposta vem em voz branda e indecifrável: 

- SEI!




 

***

Conheça o demônio com quem luta! 

São várias as formas de se resolver um problema, e cada um escolhe a que melhor lhe serve! Há os que preferem simplesmente esmagar o demônio (problema) que atormenta, tratando de igual forma os efeitos e sequelas, e há os que preferem conhecê-lo, entender o seu mecanismo e desdobramentos, e assim, de forma absolutamente calma e tranquila, fazendo de tudo um aprendizado, elimina as causas e não somente combate efeitos. 

Vejo com alegria, nos dias que correm, os ensinamentos que pregam o maior conhecimento possível do inimigo: suas origens, como age, seus pontos fortes e fracos, suas sutilezas e resistências, onde ele pode vencer e ser derrotado, e a formulação da estratégia e da tática de ação, o planejamento minucioso para vencê-lo. 

Quantas vezes vejo o adversário ser provocado de forma premeditada, tão somente para que lhes conheçam a força e a estratégia.  

Olho para os antigos, os verdadeiros mestres, dentre eles Sun Tzu, e os vejo reviverem nos estrategistas atuais, como acima disse, sábios em sacrificarem  poucos dias, em prol do conhecimento e da vitória definitiva.  Eliminam causas e não somente socorrem efeitos.

Quando se encontra um ótimo princípio, se o pode aplicar nas mais diversas áreas do comportamento e atividades, e assim, esta busca das causas é fundamental e utilizada até mesmo na cura de drogados, alcoólatras, etc..

Sem saberem a causa, o que leva aos efeitos, não há vitória segura e duradoura, e nem conhecimento à ser partilhado.  

Porém, todo o processo e procedimento de resolução do problema ou enfrentamento do demônio, decorre da decisão de eliminar aquele demônio (problema), que não pode ser confundida com a execução da estratégia e tática apoiadas no planejamento.

Conhecimento sem ação traduz nada, e ação sem conhecimento traduz fracasso ou resultado aleatório. 


Quanto maior a idade que chega, mais se substitui o esforço pela inteligência e experiência. 

Mas, como disse no início: Cada um tem sua forma de resolver os problemas e enfrentar os demônios!      


***

PERDÃO? 

Falam tanto nesse tal perdão. Quem é ele e qual a sua árvore genealógica? 

Perdão é não mais considerar como válida uma mágoa ou dívida. Nada tem a ver com esquecimento do motivo ou assunto que o origina. 

O pai do Perdão é o temor ou receio. As mães podem variar, dependendo do fim a que se destina o Perdão. São as Sras: Conveniência, Hipocrisia, Falsidade, Dúvida, Cautela, Capitalização, Rara Piedade, Covardia, Incapacidade, Impossibilidade, Despeito, Etc, e a matriarca: a Preguiça! 

A filha do perdão quase sempre é a Impunidade!

Quem é então, a mãe da Impunidade, mulher do Perdão? 

É a Sra. Indiferença do Interesse.  


***

Viver o relacionamento é uma dança que se aperfeiçoa com o tempo. O salão é a crença no sentimento e na pessoa. A orquestra é composta por: descobertas, desejo, carinho, gentileza, doação, compreensão, respeito e admiração. A melodia se chama Amor e o evento se chama Vida.


***


Sonhos? 

É impossível viver sem eles! Precisamos de bons motivos para viver! E a esperança de realizá-los é o que nos move.

Na maioria das vezes, os temos que trocar por "aquilo que é possível realizar".

Quando aprendemos a buscar "dentro do possível", os elementos que também nos fazem felizes, tudo fica maior do que pensávamos, e a alma, em vez de amargurar-se pelo sonho original irrealizado, se abre para o desconhecido. 

***



Escrevi pra você aiuni !



Considerações destiladas na caldeira do andejar
em 01.01.2.013


As diferenças e distâncias entre: Criação e 
organização; Justiça e lei, amor e disciplina
são exatamente as mesmas.

Do caos vem a criação!

A inquietude precede o caos! Erroneamente a 
inquietude é contida e o caos temido,  porque dele 
advém o novo, e as modificações são desconfortáveis!

A mudança é a Lei do Universo!

E se aplica a Lei Pendular, em que cada um dos 
diferentes ocupa o extremo oposto do curso do 
pêndulo. 

É o equilíbrio que se busca, e enquanto não se o 
atingir, haverá: Criação desordenada e ordem 
estéril; Justiça inexequível e lei inútil
amor estrangulado e disciplina sem utilidade.

O exterior é o reflexo do interior, e encontrado o 
princípio certo, ele se aplicará para os da mesma 
natureza.  

Os diferentes se atraem porque a novidade fascina.
Os iguais se consolidam porque a identidade é cômoda!

Enquanto criadores e organizadores não 
entenderem de que um é o complemento do outro, 
e não  caminharem para o ponto de equilíbrio, 
lembrando de que a natureza não dá saltos,
teremos: inexistência de relações entre os 
diferentes, ou relacionamento morno e 
confortável entre iguais.

E surgirá novamente a inquietude e o caos, 
porque a mudança é a lei do universo e se 
busca o equilíbrio.

No caminhar de uns em direção aos outros, 
teremos de tudo, a depender do grau evolutivo 
de cada um: gênios rebeldes e inquisitores; rebeliões 
e cárceres; paixões incontidas e a morte do amor.

Veremos paradoxos espantosos: Atrocidades 
cometidas em nome da criação, da justiça e do 
amor, o caos! E, em nome da organização, da lei
 e da disciplina, o exemplo abaixo:

- Aplique o medicamento neste pobre ser, que tanto 
sofre! Oremos pela sua melhora física e 
evolução espiritual! E pelo leito desarrumado 
nos estertores, contemple-o com 2 sessões de 
choques elétricos nas partes sensíveis! O faça com 
muita doçura!

E assim caminha o universo e a humanidade!

Minha querida! Acorde para o imenso desperdício de 
vida, para o crime contra o próprio amor, que se
 diz buscar, por sacrificá-los em nome do que é 
normal e administrável. O que importa numa 
fotografia  e lembrança do momento feliz, é o 
sorriso alegre e genuíno dos fotografados, e não a 
casa arrumadinha por detrás dos retratados.   



Alan




***
Lei de causa e efeito!

       Disse um grande sábio, que passamos a vida a nos debater entre escolhas e consequências, e uma amada poetisa afirmou que o importante é decidir.

     Também há um ensinamento que diz: "Uma borboleta bate as asas aqui, e cai um furacão na China".

   Assim, está claro que, nossas escolhas necessariamente interferem - direta ou indiretamente- na vida de alguém, causando emoções e sentimentos duradouros, e provocando atitudes necessárias ao viver ou sobreviver dele, dentro das condições postas, geralmente impostas.

    Certamente, se soubéssemos de todas as consequências das nossas escolhas, nos conformaríamos com o stato quo ante, ou seríamos ainda mais cautelosos em fazê-las, ou, na melhor das hipóteses, não reclamaríamos tanto dos efeitos.

       Por outro lado, é utopia (e das maiores), pretender que só façamos escolhas certas.                


     O fato é que me deparo com frequência, com pessoas arrependidas e amarguradas pelos efeitos das escolhas que fizeram, que hoje consideram erradas.

         Acho incrível, à que ponto vai o egoísmo das pessoas que se arrependeram das atitudes e escolhas tomadas: querem atenções, quando ignoraram; exigem valorização, quando menosprezaram; querem retorno, quando mandaram embora; querem palmas, quando vaiaram; querem solidariedade, quando abandonaram, e assim continua, pela infinidade de antônimos existentes.

             E o pior, são as acusações e títulos atribuídos àquele(a) que aceitou a(s) escolha(s), e cometeu o delito de sobreviver à distância: desconhecedor dos próprios erros; troglodita incapaz de relevar; vingativo; mal agradecido das benesses já recebidas e de mal gosto por recusar as vindouras, e por aí vai...

         E agora o hilariante: os arrependidos pretendem que, com simples "estalar de dedos",  à seu bel prazer, que toda a confiança seja criada ou restaurada, e todos os efeitos  sejam apagados, considerados inexistentes, ou pior: reconhecidos por merecidos!

          Realmente, o ser humano me fascina!

*
 
      A Lei de Causa e Efeito é impiedosa! E não funciona como querem os que detestam as consequências das próprias escolhas, tidas por desagradáveis.  

      Aguente o que provocou, e siga os novos caminhos que escolheu. O mundo, o sol, e os desertos também, fazem parte.., estão aí para todos.

       Só não queira tudo reverter ou consertar, fazendo a doação de alguns centavos à Associação Protetora das Borboletas Batedeiras de Asas, mas sim, REPARANDO OS DANOS DO FURACÃO CAUSADOS LÁ NA CHINA!  

      Isto é, se os danos e modificações não forem irreversíveis, e se não descobriram a benção que foi a tua escolha.

  

***

CLAMAM POR AMOR E UNIÃO, MAS QUEREM  “P.A”!


         Muito se fala no Pinto Amigo (o P.A.) , e percebo a confusão e até mal estar ao procurarem se referir ao correspondente feminino. Apenas tornar o P.A. unissex não surtiu bons efeitos, pois, com a necessidade de explicação a cada passo, se tornou muito trabalhoso.

Que termo poderia ser utilizado?  V.A.  me parece nomenclatura  técnica ginecológica, e  B.A. é considerado chulo. 

Para meu consumo, considero P.A. nomenclatura utilizável para todos os sexos, com o acréscimo e explicação única de que o P.A. feminino é a sigla para Perereca Amiga.

Além de ficar simpático, o(a) P.A. é utilizável, como já disse, para todos os sexos, a depender da vocação e gosto individual. 

*
      Mantenho integralmente, meu respeito e incentivo aos casamentos e tentativas honestas de obtenção de bons frutos em relacionamentos.

Considero a coerência e a coragem de dizer o que realmente quer, virtudes marcantes, sensatas e inteligentes. Eu conheço pessoas que as possuem e tento trilhar o mesmo caminho.
        
    Em seara de relacionamentos amorosos, o que tenho visto me lembra a anedota do piano: o pianista senta-se no banquinho e tentar puxar o piano para si.

  Bem entendido, que aqui me refiro mais especificamente aos casos de uniões subsequentes a primeira, embora nada impeça que se aplique aos (as) marinheiros(as) de primeira viagem. 

 *
    Vejo as postagens nas redes sociais, de lindas mensagens exaltando o amor; o toque de almas afins; a compreensão, paciência, persistência e o silêncio oportuno como receitas mágicas de união duradoura. 

      O sonho é caminharem de mãos dadas pela praia ao entardecer, cozinharem juntos, dormirem de conchinha, e por fim, o símbolo máximo da união e felicidade eternas: o casal de velhinhos apaixonados em frente a lareira, pois bem administraram suas diferenças pela vida afora.

         Com olhar cético, vejo as figuras de retórica, as frases de efeito, as poesias. Com igual visão, noto o exaltamento da supremacia dos valores espirituais e emocionais sobre os materiais. Consideram muito chique e elevado, dizerem: O importante é ser, e não ter!
        
     Muito vi em sites de relacionamentos, as promessas mirabolantes de felicidade eterna, lastradas na infinita vontade de terem o último e definitivo amor, ao qual, nada é impossível.

         E por fim, ouço as pessoas implorarem com olhos umedecidos, voz tremelicante e mãos contorcidas, pela suprema dádiva de amarem e serem amadas novamente.

         A culpa pelo desperdício de tanto amor para dar e receber é do Destino, da Divina Improvidência, da mudança dos hábitos e valores sociais, da concorrência (sempre desleal e injusta), enfim, dos milhões de teorias e justificativas para não terem o anelo atendido.  

         Isto é o que muitas pessoas dizem, mas não é o que demonstram querer quando a oportunidade enfim aparece, me fazendo chegar à conclusão de que: somente será possível se elas forem totalmente iguais e vierem totalmente prontas na medida desejada (o que é impossível), ou, estão buscando o que não querem!  

*

Senão, vejamos:

         Sabemos que os relacionamentos são eternos enquanto duram, pois,  passamos décadas envidando os melhores esforços e aturando o que não gostávamos, e ainda assim falhamos, (não existe culpa única). Se já nos aconteceu, poderá nos acontecer novamente. 

         É claro que, não se pode pedir e nem esperar, que percorramos a mesma ou outra via crucis de novo. Porém, dizer que não ficamos ariscos e de sobreaviso é insensato e negar o aprendizado.

         Mas, e sob pena de nada conseguirmos, não podemos pular fora ao menor sinal de contrariedade ao que pretendemos. 

 *
           Nesta altura do campeonato da vida, já temos nossas convicções e valores formados, e não precisamos de curso intensivo sobre como podemos ser mais felizes adotando o Evangelho segundo Fulano(a).

         Na vertente contrária, é inadmissível ouvir (e sofrer) o obtuso entendimento: Sou assim! Quem quiser que me aceite do jeito que sou, ou ADEUS!

         Geralmente, é questão de quantia de tempo e consumo de tolerância despendidos com o “jeito de ser”, para que haja o adeus.

 *
         Também já temos nossas vidas (bem ou mal) estruturadas, com núcleos familiares, ocupações profissionais e demais afazeres já definidos, que requerem nossas presenças e atenções. 

         Na melhor das hipóteses teremos que lidar com limitações e adaptações, e na pior, com rejeições e interferências.

         Em ambas, haverá o problemático desdobramento de horários  e programas. O tateante navegar entre a atenção necessária para não configurar desinteresse, e a não  intromissão e  interferência é desgastante.   

 *
         Com certeza, também já cometemos o erro de centralizar todas nossas atenções e esforços numa única pessoa ou grupo de pessoas que compõem o círculo familiar a que um dia pertencemos, e sabemos o peso da solidão quando nos desvinculamos.

         Na outra ponta, muitos têm vivos os sofrimentos causados por eternas ausências anteriores.

     Logo, não há que se impor ostracismo ou seletismo, e nem abandono!

*
          Muitos de nós foram limpados de seus bens materiais, quando do divórcio, tornando doravante, a cautela e documentação sobre tal assunto, de todo recomendável.

         Mas nem por isto, se justifica a conduta comercial, e mesmo mercenária entre os envolvidos, que desde logo se ocupam em auferir a parte do leão, caso haja fracasso do relacionamento que pretendem iniciar.

         Contam moedinhas, são mercenários e fazem até propostas desonestas, e depois ainda querem reclamar de falta de romantismo e de sonhos amorosos relegados...

*
         As pessoas se mostram pródigas com o tempo, boa vontade e esforço, alheio! Sim, o amor tudo vence, desde que compita ao(a) outro(a) o dispêndio!

         Sem reciprocidade em todas as áreas, não se vai à lugar algum!  

*
         Para o amor não existem fronteiras e distâncias, desde que, a(o) parceiro(a) incumba (por conta e risco dele(a)), todos os encargos com as mudanças necessárias ao desenvolvimento do relacionamento.

         Singular entendimento sobre troca!
        
*
         E mais, muito mais: as formas de viver e hábitos já arraigados de cada um, e até mesmo a forma de brigarem são diferentes.

         Vendo os sonhos pela ótica individual, é mais complicado conciliar a agenda e orçamento de ambos para andarem na praia (que acaba sendo relegada), que cada um resolver sua parte, e dormir de conchinha é uma delícia, desde que alguém não ronque, pois, gente desdormida é o que existe de exemplo de mal humor.

         Noto que os velhinhos na frente da lareira estão sempre calados, imersos em seus pensamentos particulares. 

*
         E concluo, de tudo o que vejo, neste aspecto: boa parte das pessoas quer apenas os benefícios de estarem casadas ou divorciadas. 

         Quanto às modificações necessárias, é só questão de terminologia e dissimulação, mais ou menos elaboradas, para definir a mesma mentalidade: ME ATURE!

*
 E por isto, mais uma vez faço as indigestas perguntas que tantas vezes fiz:

- Quer mesmo um amor? Se o milagre acontecer e o presente lhe for dado, o que você vai fazer com ele?  Jogar fora com tantas exigências e idiossincrasias? 

         Sem apologia a(o) P.A., o(a) vejo como única solução para este tipo de entendimento e comportamento.
        
         E para todos os efeitos, os(as) usuários(as) sempre poderão dizer, também para si, que têm alguém maravilhoso(a), que não incomoda, não interfere com sua vida individual, respeita integralmente o seu jeito de ser, e pouco ou quase nada solicita!

          Não é caso de empurrar o banquinho para perto do piano, sendo feliz com um(a) P.A., em vez de ficar tentando puxar o piano, e ter o que não quer?

         Acabamos de descobrir a “rosa sem espinhos”!!!



***
DEIXE SUA VOZ INTERNA FALAR E A OUÇA!

        Dizem que as pessoas que ouvem sua voz interna e a seguem, se tornam loucas ou lendas. Ainda não estou em nenhuma dessas categorias. 

        A voz interna reside abaixo, muito abaixo, daquelas que manifestam: crenças, necessidades, sentimentos, desejos, impulsos, etc., e respectivos clamores por atendimento. 

            Como favorecer os dutos de comunicação  para ouvi-la, vai de cada um, mas percebo que ela só se manifesta nas raras ocasiões em que, totalmente sós, libertos de qualquer inclinação, pensamento e emoção,  estamos expostos e abertos para que ela flua naturalmente. A voz interna,  te diz e te mostra, em rápidos instantes, quem e o que voce é, e poderá haver o vislumbre de uma imagem, que, em muito se assemelhará ao que ela te mostrou.

              Há dias, a minha voz interna vinha querendo se quer fazer ouvir, me mandando recados, e  preparando as circunstâncias em que ela se manifesta, acabei por atendê-la.

*
          Sair de Londrina, mesmo num domingo de manhã, não é tarefa fácil. Primeiro, há que se vencer a má vontade de dezenas de semáforos; depois, contornar a avalanche dos domingueiros do volante, e já na estrada, se colocar à salvo da "Tribo das Vespas Aflitas", que, com suas super máquinas, certamente, encontra sua realização a mais de 200 kms/h.

           Diga-se de passagem, que um dessa tribo deve ter descido uma das pirambeiras da serra pelo caminho mais curto. Foi o que deduzi pelo tanto de gente olhando lá pra baixo e cordas sendo preparadas.   

         Eu que sou da "Tribo To Nem Aí Contemplativa", permaneço na modéstia dos meus 80 km/h, salvo em caso de necessidade de precisão, estou mais ocupado, atualmente, em evitar problemas que em resolvê-los.

          * 

          Missão esotérica cumprida, elementares abasteceres mundanos supridos, e aprendiz recolhido em segurança no local de origem, cumpre exercer o 3º mandamento: a entrega do conhecimento:

                    SRS! OUÇAM-SE!  



 
***

RECIPROCIDADE!

       Dentre as palavras que mais gosto, está a reciprocidade. É a conduta de contrapartida pelo que damos e recebemos na maior parte das relações interpessoais, inclusive afetivas, amorosas e amistosas. É no equilíbrio desta troca que residem as boas relações. Se há unilateralidade, sabidamente, não haverá futuro longevo e de valia. A partir de um determinado ponto do desequilíbrio, haverá primeiramente o egoísmo, e pouco adiante, a  falta de escrúpulos, condutas muito em voga.

               Vejo como elementos intrínsecos da falta de reciprocidade, egoísmo e falta de escrúpulos, o imediatismo e, por que não dizer, ausência de inteligência. Na medida em que o imediato quase sempre é menor que o mediato, surge a falta de inteligência do desfavorecedor no primeiro momento. E, na razão em que ignora que o desfavorecido criará mecanismos de defesa, ou se libertará à curto prazo, ambos anulando ou reduzindo a desproporção, haverá o segundo momento de ausência de inteligência.    

             Porém, há um momento interessante no que se chama de negociação. É aquele em que a proposta desproporcional é apresentada, e que recebe com razão, a denominação de proposta desonesta. É o momento em que aquele que recebeu a proposta, se preparado for, não a interpretará como o acinte que é, ou não se ofenderá, pois conhecedor do que seja ganância. E assim, conhecedor agora, da índole daquele com quem trata, poderá escolher em seu arsenal, o instrumento mais adequado para a situação. 


           Muitos escolhem um doce sorriso; vários fazem contraproposta ainda mais desonesta; diversos encerram a negociação mudando de assunto, e alguns, esperam pacientemente que o ganancioso perceba o erro e o emende.

             Em que categoria voce se encaixa? Ou ainda é do tipo que pensa que é a última garrafa d' água no deserto? 

***


"Pois fica decretado, a partir de hoje, 

que psicólogo é gente também. 
Sofre e chora, ama e sente, às vezes, 
precisa falar: O olhar atento, o ouvido aberto, 
escutando a tristeza do outro, quando, às vezes 
a tristeza maior está dentro do seu peito. 
Quanto a mim, fico triste e fico alegre 
e sinto raiva também. Sou de carne e osso, 
e quero que você saiba isso de mim. 
E agora, que já sabe que sou gente, 
quer falar de você pra mim?"

Cyro Martins


POEMA 

Em 06.04.08

Amiga querida e sábia mulher,
Bendigo teu silêncio e manso falar.
Nada me pedes, nada me cobras,
Tens o dom de escutar.

Não te afliges e não te preocupas,
Respeitas o tempo e a dor.
Ao serenar almas e corações,
Despertas o seguro caminhar.

Tua calma presença, que a todos apraz,
Tem o nome bendito, do que chamam de paz.
Aprendeste a dar, sem nada cobrar,
Livres a ti iremos, pois tu sabes esperar.

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O Botão “K”

No painel de controle das nossas vidas, e muito especialmente, no que tange ao nosso relacionamento com o mundo em geral, o botão “K” é indispensável, porque aciona um mecanismo de múltiplas funções: 
Ao pressionar o botão “K” , ativa-se a individualidade e liberdade de cada um, inclusive a sua, fazendo com que cada um faça o que bem entender e arque com as conseqüências de seus atos. 

Assim, depois de esgotada a quantia de solidariedade – específica em cada ser, o pressionar do botão “k” tem a finalidade de libertar o solidário solícito de seu afã, sem drama de consciência, ao mesmo tempo em que, permite ao destinatário do interesse, continuar seu mister, sem a interferência de um chato. 

Acionar o botão “k”, tem a função de eximir os entes das conseqüências dos atos alheios. 

Logo, se um vivente, por enxerido, incompetente ou sacana por natureza, “ enfia os pés pelas mãos” e por decorrência lógica “ dá com os burros n’ água “ , acionar o botão “k” permite que se assista o insucesso e as conseqüências diretas e indiretas, sem sentimento de culpa e / ou responsabilidade. 

Aqui, neste caso, a função secundária do botão “K”, é o exercício do sentimento de piedade, ou de diversão, dependendo do estado de espírito do observador.

O uso do botão “K”, tem pressupostos subjetivos, tais como: reciprocidade, histórico de vida e sentido de justiça. 

Portanto, se o vivente foi sacaneado durante a vida por algo e / ou alguém, o uso do botão “K” dependerá do sentido de justiça e reciprocidade de quem foi sacaneado, quando as circunstâncias mudarem e / ou o agente sacaneador se ver às voltas com as conseqüências de seus atos. 

O botão “k” tem a função da igualdade. 

Ao acionar o botão “K”, os viventes são nivelados pela indiferença, fazendo com que cada um pense de si e dos outros o que bem entender, sem que, o convivente ou oponente dê a mínima. 

O botão “K” tem função libertadora. 

Ao usar o botão “K”, os viventes se libertam – ou se conformam, aceitam – situações insolúveis e deixam de sofrer. 

Assim, pela aceitação deixam de lutar contra algo que não têm solução, evitando o desgaste inútil, ou se libertam do incômodo, procurando alhures, novas formas de vida. 

A função libertadora, como diz o nome, liberta as pessoas de atividades desagradáveis, permitindo que, cada uma, ao mesmo tempo, se dedique ao que lhe seja do gosto. 

O uso do botão “K” é social, familiar e politicamente correto. 

Ao usar o botão “K”, se pode estipular os limites de uma convivência, demonstrando sentimentos e atitudes adequados à situação, sem envolvimento e desgastes, ao mesmo tempo em que, o usuário do botão “K” transmite a impressão de valores positivos, como a serenidade e segurança.

O uso correto do botão “K”, permite que se conviva com pessoas e múltiplos interesses, permitindo união em situações em comum, e isolando fatores e situações que incomodam de parte à parte. 

O botão “K” estimula o conhecimento e o auto-conhecimento.

O botão “K”, quando acionado, afasta fatores emocionais, outorgando uma clareza de raciocínio, que permite ver o que os viventes dizem ser e o que são de fato, bem como, a seqüência e conseqüência das atitudes.

Por isto, por facultar uma análise menos incorreta das pessoas e atitudes, o uso do botão “K”, indiscutivelmente, leva ao crescimento pessoal, através do autoconhecimento. 

Mas, o uso do botão “K” tem algumas restrições: ele não pode ser usado abertamente, porque, demonstra quem você é e o que está pensando, sujeitando-o a represálias, dentre elas, a reciprocidade. 

O uso também não pode ser descoberto por meios indiretos, pois, implicará na formação de seu conceito como hipócrita. 

E por fim, o uso do botão “K” deve ter obrigatoriamente, por precedente, a cautela de ficar muito claro e caracterizado de que o autor da façanha – cagada – não foi você, que avisou antes e fez o que podia para evitar o desastre. 

O melhor uso do botão “K”, é aquele em que as situações, limitações e titularidade são aceitas de comum acordo, sem mágoas e ressentimentos, e vem de conclusões historicamente comprovadas. 

Mas, afinal, o que é o botão “K” ? 

O botão “K” é um estado de espírito criado pela conclusão racional – às vezes emocional – de que os viventes devem “ comer e digerir o angú que fizeram”. 

Como usar o botão, e o que significa “K” ?

Cheque, com cuidado, todas as atitudes que você poderia tomar. Após chegar à conclusão de que NÃO ADIANTA, espiche o dedo médio da mão direita, assopre a ponta do dedo p/ limpá-la de impurezas, e mentalmente – se estiver sozinho pode falar alto – mentalize os viventes e as situações, e diga com todo o fervor:

- Kissi fodam ! 

Expressões equivalentes:- - Faz o que quiser ! Não enche vai..! Vai catar coquinho na descida..! Vai procurar o caminhão de abacaxi de onde caiu..! Não me aborreça..! 

Conclusão: - o botão “K” é essencial à vida..!
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Parque da Vida

No Parque da Vida, cheio de bancos, conversavam a Fraude e o Fatos: 
A Fraude dizia ao Fatos:

- Não adianta você estrilar...! Cada um vai te ver conforme determinar o Interesse, que, como você pode ver, a cada momento muda de banco e de companhia. Além disso, eu sou mais agradável de ser vista, e ando sempre na companhia dos meus filhos: Dissimulação, Aparência, Esperteza, Oportunismo, Covardia, Conveniência, Hipocrisia, Mentira.., são tantos filhos e afins.. 

O Fatos respondeu: 

- Tudo bem! Mas um dia, a Verdade vai vir conversar com a gente. A gente sabe que ela vai chegar, quando suas filhas, As Conseqüências aparecem. Olha só, está por perto um amigo delas, o Tempo, que não para de passar por todos nós. 

A Fraude retorquiu: 

- Oras, Fatos! Você tem andado muito com o Ingênuo..., está pegando várias de suas manias... Veja só! Basta explicarmos o jeitão das Conseqüências, segundo a ótica de um dos meus filhos, especialmente a da Interpretação, amiga inseparável do Interesse. Eles vão jogar a culpa nas Irmãs Circunstâncias, e você continuará se danando. 

E além disso, Fatos, quem vai querer conversar com aquela chata da Verdade ? Acorda meu...! 
O Fatos, seguro e cético, continuou a conversa: 

- Não esqueça Fraude, que deixei fortes marcas por onde andei, e muitas delas, estão a salvo de você e dos seus...

A Fraude continuou: 

- Poxa ! Você ficou muito tempo com o Ingênuo e com a Boa Intenção.., nem percebe que as marcas são vistas em conjunto pelo Interesse e meus filhos.., são do mesmo time. 

E você acha que o Interesse vai procurar pelas suas marcas? Pare de sonhar..!
O Fatos respondeu: 

- Eu sei Fraude, dos fortes vínculos existentes entre os seus e o Interesse. Mas não esqueça, que eu também conheço os limites da Interpretação, e que você nem sempre consegue coordenar as Irmãs Circunstâncias – que são muito volúveis, em sonância com As Conseqüências - já mais visíveis e previsíveis. E que eu, também, tenho alguns aliados, dentre eles: o Tempo que não para quieto, e Os Irmãos Costumes, que por insistência acabam por trazer a Verdade - ela já está chegando.. 
E tem também a Consciência Maior – que pouca gente conseguirá enfrentar. 
E também posso, para não mais me chatear tanto, chamar alguns amigos meus: o Desinteresse e a Reciprocidade. E vou me divertir na companhia deles, vendo você e os seus se debaterem e se perderem com a leveza das Circunstâncias, com o Tempo e as Conseqüências, enquanto a Verdade não é aceita por todos.

A Fraude, cínica, continuou:

- Acorda Fatos.., todos acabam se entendendo conforme quer o Interesse...! Nós é que tornamos viável a vida em sociedade...

O Fatos retorquiu: 

- Eu sei que todos vocês vão chegar até o banco onde está sentado o Acordo – que na noite é o travéco chamado Safadeza - já que seus filhos e o Interesse agirão. 

Mas, eu quero ver, quem vai vir até meu banco, falar sobre acontecidos, ou mesmo sobre mim, FATOS. Teriam que vir acompanhados da Coragem. E essa é uma amiga MINHA, e inimiga TUA ! Você tem, quando muito, a amizade de alguns parentes bastardos dela: a Bazófia, o Autoritarismo, a Importância.., o Motivos Mil..., Os Princípios Casuístas.

A Fraude disse:

- Cara, para de sonhar..., no fim, seja como for: eu, meus filhos, amigos e aliados prevaleceremos. É uma forma de SER e de VIVER ! Nós vivemos pela cartilha do Interesse, e quando não temos motivo, arrumamos um, e colocamos a culpa nas Circunstâncias, na Vida, nos Valores Outros, e/ou vamos pro banco do Silêncio e da Omissão.. 
E você com estas suas manias de querer andar com: a Boa Intenção, o Ingênuo, a Coragem, atrás da tal Verdade, vai é continuar convivendo com a Solidão...

Resumindo: de qualquer jeito, você está ferrado...! 
O Fatos, respondeu: 

- Sabe Fraude, nós temos que conviver..., eu até entendo uma das suas filhas, a Conveniência.., mas nunca me peça para que eu pense como você, e nem chame a Interpretação ou outro de seus filhos para tentar me enrolar..., eu não sou tão bobo assim, e evito o banco do Conflito, só até certo ponto. 

Penso, porém, que numa coisa nós concordamos: interiormente nós somos muito diferentes, e não temos amigos REAIS em comum! Quando muito, temos conhecidos..!
Bom, assistamos e aguardemos.., enquanto eu falo com a Solidão. Ela é sincera e muito amiga da Criatividade e da Sobrevivência, que sempre me ensinam muito e me aproximam da Reciprocidade. 

A Fraude finalizou: 

- É sim ! Mas eu discordo quanto a não termos amigos em comum. Temos dois, que servem a nós dois. São “bi-” : O Tempo e seu filho querido: O Esquecimento ! 

De que adiantou tanta briga sua? Quem quer recordar? O Interesse que varia conforme quer o Tempo e as Circunstâncias? O Esquecimento que sempre quer trair a Memória e a Verdade? Deu no mesmo....! 


O Fatos encerrou:

- Fraude ! Nós somos o oposto: Eu o dia, você a noite..., vocês vivem às minhas custas, porque, entre si, não conseguem sobreviver.., falta matéria prima, falta quem os sustente. 
Vivemos no mesmo lugar, mas em mundos diferentes. Jamais concordarei com vocês, também porque minha irmã gêmea é a Evidência...! Assim, é melhor você se refugiar no banco do Silêncio e responsabilizar as Circunstâncias. 


Porém, como ambos têm que conviver, neste mundo, olharam um para o outro, e juntos foram até o banco do Acordo, que lhes sugeriu: 

- Que todos se portem como faz a Fraude e os dela, mas jurem que agem conforme o Fatos e os dele..! 

Uma vez que, vocês dois, Fraude e Fatos devem viver no mesmo lugar, mas não se entendem, sugiro que se encontrem pouco, e sempre na casa do Neutro e da Tolerância. E já sabem, nada de assuntos polêmicos e nem de reclamar das Conseqüências. 

E larga de ser chato e radical, Sr. Fatos! Não dá para aturar, nem mesmo um pouquinho, a Hipocrisia? Peça ajuda à Boa Vontade.., oras..! 

E agora, me deixem em paz, que estou ocupado, tentando apaziguar As Conseqüências que brigaram com a Família Fraude. Já chamei o Interesse e a Interpretação para me ajudar, mas tá difícil, temos que evitar que cheguem ao banco do Impasse.

Fatos....! É melhor você ir procurar aquela sua amiga, a Distância.., porque a Verdade embora já tenha chegado ao nosso parque, ainda é ignorada ...! Você pode se dar mal....!

Indo para o banco da Distância, o Fatos cortou o papo: 

- Nisso vocês estão certos! Ficarei no banco da Distância, e juntos vamos encontrar as Afinidades, cada um com as suas, nos mantendo longe do setor de vocês, que é muito próximo da seção do Aborrecimento, Intrigas, Almas Mesquinhas, Enforcados na Própria Corda e Outros. 
E não se esqueçam..., o Tempo não para de passar por todos os lugares.., e as Conseqüências vem logo atrás..., cada um fez e faz sua opção...!

Alan.